Vereador Paulo Oya e donos de restaurantes de Campinas se unem para esclarecer a população
Por Renata Giovanelli
A falta de informações claras sobre o surto de infecção causado pela ingestão de peixe cru (que provocou temor na população e a redução do consumo de pescados em Campinas) foi o motivo da reunião do dia 28 de abril, no plenário da Câmara Municipal do município. A sessão foi convocada pelo presidente do legislativo, Dário Saadi (PSDB) e pelo vereador Paulo Oya (PDT), que também preside a Associação Okinawa Kenjin de Campinas. Na ocasião, também participaram a coordenadoria da Vigilância Sanitária da cidade e os proprietários de restaurantes japoneses.
Segundo o vereador Paulo Oya, a iniciativa dele e de outros nikkeys em realizar a reunião se deu para que a população campineira saiba, realmente, o que está acontecendo. “Sempre comi peixe cru e nunca fez mal e também não conheço ninguém que teve algum tipo de problema em relação a isso. Por esse motivo e por causa da minha ligação direta com a cultura e a culinária japonesas, resolvi ajudar a divulgar a verdade sobre essa parasitose”, afirma.
A Coordenadora da Vigilância Sanitária, Salma Balista, garante que não existe qualquer possibilidade de epidemia e que as pessoas não devem parar de consumir peixe. “Não existe motivo para pânico, nem sempre um surto quer dizer que é grave. A difilobotríase foi colocada como surto justamente porque não é uma coisa habitual. Além disso, existem outras parasitoses muito mais graves, como a da carne suína, que pode até levar à morte”, esclarece.
No dia 12 de abril os diretores técnicos do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) e do Centro de Vigilância Epidemológica (CVE) da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde publicaram um comunicado sobre a tênia do peixe (como é conhecida a difilobotríase) esclarecendo que os pescados cozidos, fritos, assados ou congelados (por pelo menos sete dias a -20ºC ou a -30ºC por 15 minutos), não trazem risco para o consumidor.
Ainda segundo o informe, entre março de 2004 e março de 2005, foram notificados 28 casos (18 este ano). “Se considerarmos o grande público que freqüenta os restaurantes japoneses, o numero de casos é irrisório, pois atendemos centenas de clientes por mês”, atesta o proprietário do restaurante Daitan, Kendi Matuzita.
Mesmo assim, com a notícia do surto, o consumo de peixe caiu drasticamente, e os mais afetados foram os restaurantes japoneses. Segundo o proprietário do Yaki-Ten Restaurante & Eventos, Roberto Moriya, o movimento do restaurante caiu cerca de 40%. “A população está desconfiada com medo de ir ao restaurante, mas eles esquecem que também oferecemos pratos quentes”, pondera.
Origem do surto
Outra informação desencontrada é a de que o salmão é o maior responsável pela transmissão da doença no Brasil, embora nenhum órgão público tenha provas dessa afirmação. De acordo com o informe da Vigilância Sanitária, "quase todo salmão fresco consumido no Brasil é importado do Chile, mas a hipótese de contaminação do peixe chileno ainda não foi confirmada".
Em 2004, o Brasil importou 10.633 toneladas de salmão fresco do Chile e 2.317 toneladas entre janeiro e fevereiro de 2005. Além do Chile, o Brasil também importa essa espécie de peixe, em pequena quantidade, da Argentina e de alguns países da União Européia, mas, para entrar no país, o pescado deve ter certificado emitido pela autoridade sanitária dos exportadores.
Em nota divulgada no último dia 14 de abril, a Embaixada do Chile garantiu que os peixes frescos exportados para o Brasil, criados em cativeiro, não correm risco de con-taminação pelo parasita Diphyllobothrium latum porque seriam alimentados apenas com ração, que não inclui o crustáceo que pode hospedar o parasita da tênia do peixe.
Preocupação
A Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) preocupa-se agora com a queda do consumo de peixe no Brasil, já que o país consome menos peixe do que é recomendado. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os brasileiros consomem apenas 6,8 quilos de peixe por ano, sendo que o valor recomendado é de 13 quilos no mesmo período.
Os peixes são uma rica fonte de aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais e possuem proteínas com valor nutritivo superior ao das carnes vermelhas. “Não queremos que a população diminua ainda mais o consumo, por isso a nossa intenção é conscientizar a população de se alimentar de forma segura”, enfatiza a médica da Vigilância Sanitária Maria Filomena Villas.
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Kátia Mariko Haranaka, 37 anos
Uma mulher de princípios bem definidos, com voz de comando e liderança nata. Estas são algumas das características marcantes da médica Kátia Mariko Haranaka. Sinceridade e honestidade fizeram dela uma das maiores autoridades em cirurgia plástica e tratamento de pele no Brasil. Hoje, além de cirurgiã, Dra. Kátia é especialista em peeling de maçã, prótese, lipoaspiração, rinoplastia e cirurgia de pálpebra. Seu objetivo é “transformar a cirurgia estética em uma verdade, com médicos sérios”.
Por Renata Giovanelli
Nascida em Tupã, interior de São Paulo, a filha de um comerciante e de uma cabeleireira teve uma infância humilde e com alguns obstáculos, mas isso não a atrapalhou de viver grandes momentos e guardá-los como recordações dessa época. “Nunca tive tempo difícil, porque sempre estive buscando realizar os meus objetivos, sonhos, minhas vontades. Mas Tupã me faz lembrar de cidade do interior e aquela vida tranqüila, com as amizades, as brincadeiras, tudo foi muito gostoso”, relembra.
A paixão pela medicina começou cedo e, aos sete anos de idade, Kátia já havia decidido que se tornaria médica. “Sempre gostei. Tinha e ainda tenho uma admiração muito grande pela profissão, sem falar que gosto das coisas difíceis, e esse era um desafio para mim”, revela.
A cultura oriental fez parte de seu crescimento, já que a família sempre esteve envolvida dentro da colônia japonesa. Kátia lembra com carinho dos tempos em que ela e sua irmã freqüentavam um grupo budista de jovens. “Sempre convivi com a cultura oriental, mas naquele lugar tive oportunidade de aprender mais sobre a filosofia de vida, e hoje procuro manter alguns princípios que acho importantes, como a honestidade do caráter”, comenta.
Em busca do sonho
Com as dificuldades financeiras da época, pagar uma faculdade de medicina era inviável para a família de Kátia, mas isso não a fez desistir de seu objetivo. Aos 17 anos ela buscou a ajuda de um tio que se propôs a realizar seu sonho. Assim, quando estava para iniciar o 3º Colegial (hoje terceiro ano do Ensino Médio), a jovem foi para São Paulo (capital) morar na casa do tio e estudar no Colégio ETAPA, integrado com o Cursinho pré-vestibular. O investimento deu certo e, em 1987, Kátia Haranaka veio para Campinas, onde começou a estudar Medicina na PUCCAMP.
Quando estava no segundo ano, seu tio veio a falecer e ela teve que batalhar por uma bolsa de estudos para não ter que parar a faculdade. “Consegui um crédito na Caixa Econômica de 100%, onde você pagava depois de formada. Foi o que eu fiz”, conta. Ao terminar a residência, a agora doutora Kátia se associou a um professor da universidade para trabalhar como cirurgiã estética, e, paralelamente, foi se especializando em tratamento de pele. “Como os tratamentos convencionais não adiantavam na minha pele, fui buscar conhecimento para conseguir ajudar a todos os tipos de peles”, confessa.
Após três anos a nikkey passou a trabalhar em seu próprio consultório, já que o lugar onde estava ficou pequeno demais para a quantidade de pacientes que a médica havia conquistado. Hoje Dra. Kátia conta com 15 funcionários e mais duas médicas para atender seus 12 mil pacientes.
A família
Muito ligada à família, Kátia conta que no começo de sua jornada não foi fácil ficar longe, mas depois que se fixou em Campinas ela resolveu buscar todo mundo para vir morar na mesma cidade. “No começo foi difícil ficar longe da família, mas isso acabou mudando quando trouxe pra cá a minha irmã e a minha mãe. Só está faltando o meu pai mas logo logo ele vai estar aqui também”, torce.
Seu pai, que é japonês, voltou ao Japão quando se separou de sua mãe e hoje rabalha com os dekasseguis que estão em exercício no país oriental. “Ele organiza churrascos e festas de confraternização pra quem está lá. Tenho uma relação muito boa com o meu pai, ele vem nos visitar de dois em dois anos”, conta a doutora, que no ano passado foi conhecer a terra do sol nascente.
Divorciada, Kátia mantém uma ligação muito forte com suas duas filhas (de 06 e 08 anos), alegando que, apesar do pouco tempo por conta de sua agenda sempre lotada, os momentos são vividos intensamente. “Eu prezo a qualidade e não a quantidade. Já que não estou 24 horas à disposição delas, os nossos momentos são só nossos, não deixo nada interferir. Não adianta me procurar”, confessa.
Apesar da família estar como uma de suas prioridades, Kátia revela que não esquece de sua dedicação individual. “Preso o momento que vou cuidar de mim, Kátia mulher. Isso é muito importante, pois algumas mulheres se esquecem delas mesmas e se doam inteiramente para a família. Você tem que se colocar em primeiro lugar, se amar incondicionalmente para depois amar os outros”. Assim, a cirurgiã dedica um espaço de seu tempo para prática de equitação, cuidados com o corpo e a mente.
Os segredos do sucesso
A busca em destacar e harmonizar a beleza individual de cada um fez de Kátia Haranaka uma das mulheres mais poderosas da medicina estética nacional.
A médica confessa que, por ser capricorniana, gosta das coisas com resultados rápidos e objetivos. Sempre analisa muito bem os casos de cada paciente, para que a possibilidade de errar seja mínima. “Só coloco as minhas mãos onde tenho certeza de que vai dar certo, não posso trabalhar com a dúvida. A plástica pode servir para o bem ou para o mal, por isso você tem que ter certeza daquilo que está fazendo”, declara. Conhecida por sua sinceridade e honestidade, a cirurgiã diz que pesquisa todos os métodos novos de tratamento e só recomenda aquilo que já testou nela mesma. “Se serve pra mim e é confiável eu recomendo aos outros, se não, já falo logo que não presta”, enfatiza.
A cirurgia é ponto forte de seu trabalho, sendo a das pálpebras uma das mais cotadas pelos pacientes. A agenda extremamente lotada faz com que a médica nikkey reserve dois dias da semana para realizar cirurgias para que, nos demais, ela possa atender cerca de 100 pacientes por dia. ”Gosto de ver todos os meus pacientes esporadicamente, mesmo que eles não estejam fazendo algum tratamento na clínica, por isso confesso que sou conhecida por atrasar as consultas!”, brinca.
O consultório da nikkey, de nome “Centro Integrado Dra. Kátia Haranaka", tem como símbolo a Flor de Lótus. Dra. Kátia explica que a planta tem um significado especial no hinduismo, pois simboliza a pureza e beleza, além de ser uma flor que brota das águas lamacentas, mostrando que o que é bonito pode emergir nas mais difíceis e obscuras circunstâncias. “A Lótus foi escolhida para representar nossa maneira de trabalhar e de nos relacionar com nossos clientes, sempre de forma transparente e buscando um contínuo aperfeiçoamento”, revela, abrindo que seu maior triunfo está na felicidade de seus pacientes e funcionários. “As pessoas se tornam bonitas quando estão felizes. É isto que importa”, finaliza.
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LIPO OU PLÁSTICA?
Os procedimentos disponíveis no mercado para se obter o corpo “ideal”
Por Renata Giovanelli
Toda mulher (e cada vez mais os homens) desejam eliminar aquela "gordurinha” e “barriguinha" indesejáveis. Em alguns casos a lipoaspiração resolve o problema, mas em outros, somente uma cirurgia plástica poderá dar aquele resultado do corpo perfeito tão sonhado.
A lipoaspiração é a cirurgia estética mais temida (por causa do enorme instrumento de sucção que era utilizado antigamente) e, ao mesmo tempo, a mais desejada. Apesar de ser uma técnica recente, inventada pelo francês Illouz em 1983, a lipoaspiração apresentou grande desen-volvimento nesses 22 anos de existência, passando a ser a cirurgia plástica mais realizada em todo mundo, além de possuir o menor índice de complicações. Atualmente, a lipo pode ser feita no abdômen, culote, quadril, ventre, interior das coxas, interior dos joelhos, braços, queixo duplo, entre outras regiões do corpo.
Ao contrário do que se pensa, a lipoaspiração não é feita para emagrecer, mas sim para remodelar o corpo, retirar a gordura localizada e mudar o contorno corporal. “A mudança na balança após a cirurgia não é tão grande quanto a aparente perda de peso que a paciente apresenta no pós-operatório”, afirma o cirurgião plástico Dr. Ciniti Sakata.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o limite de segurança para retirada de gordura fica em torno de 7% do peso corporal. “Por isso as pessoas indicadas a fazer lipo são aquelas que estão próximas ao peso ideal e que apresentam gorduras localizadas de difícil perda com dietas. Além disso, a lipo não retira o excesso de pele que sobra após a aspiração, e acaba não sendo indicada para abdômens muito flácidos”, informa o médico.
Existem diversos tipos de lipoaspiração: desde a tradicional até a realizada a laser. Outras opções são a lipoaspiração com ultra-som, vibrolipossucção e lipo tumescente. O que difere cada uma delas é basicamente a técnica empregada para facilitar a retirada da gordura.
De acordo com Sakata, o tempo de cirurgia depende do volume a ser aspirado. “A lipoaspiração abdominal simples, sem cintura, leva de uma a duas horas. Já a completa demora até três horas. A anestesia geralmente é a peridural (aplicada na medula), podendo ser utilizada a geral em alguns casos”, conta.
Os cuidados pós-operatórios recomendam o uso de cinta cirúrgica durante dois meses, e drenagem linfática para reduzir o edema e evitar ondulações na pele. Os resultados definitivos levam cerca de três a quatro meses para aparecer. “Esse é o tempo necessário para os tecidos desincharem e ocorrer a total retração da pele, que tende a ficar um pouco flácida logo após a retirada da gordura”, alerta o cirurgião.
Abdômen
Em certos casos, uma dieta para eliminar o excesso de peso, associada a exercícios para fortalecer os músculos, é suficiente para deixar o abdômen em forma. Para muitas pessoas, no entanto, esses cuidados não conseguem garantir uma barriga reta e sequinha. Isso acontece nos casos em que existe flacidez de pele acentuada, impossível de se corrigir apenas com ginástica, ou quando, mesmo após perder peso, a pessoa continua com acúmulo de gordura na região. Aí entra a cirurgia.
Na prática, a plástica de abdômen, ou abdominoplastia, é a cirurgia que retira a gordura e a pele excedentes da região do abdômen. O procedimento é realizado através de um corte que, dependendo do volume da barriga, vai de uma crista ilíaca (osso da bacia) até a outra. Dr. Sakata explica que essa técnica é indicada para pessoas que possuem abdômen muito grande e flácido, onde não basta somente diminuir o volume de adiposidade da barriga, é necessário que a pele excedente seja esticada e cortada. “Também hoje é utilizada a lipoabdominoplastia: uma cirurgia “dois em um” que retira o excesso de gordura do abdômen inferior, do superior ou das duas regiões; mas, além disso, retira também o excesso de pele, eliminando a flacidez”, garante.
A recuperação da plástica leva em torno de seis e sete meses. A cicatriz (diferente da lipo, que é quase imperceptível) é posicionada de forma a ser escondida pelo biquíni.
Homens
As mulheres não são as únicas a sofrerem com problema de gordura localizada e flacidez. Alguns homens também têm tendência a acumular gordura, principalmente na região do abdômen. Sakata afirma que, apesar de ainda representarem menos de 10% do pacientes, nos últimos dez anos a procura de homens pela cirurgia plástica aumentou cerca de 30%. “As plásticas que eles mais procuram são a lipoaspiração, a cirurgia de pálpebras e a de nariz. Hoje em dia é uma coisa mais comum o homem fazer cirurgia, ele está assumindo a sua vaidade e cada vez mais se insere nesse mercado ”, finaliza o especialista.